Soneto da semana: O Último Brinde do Boêmio




O ÚLTIMO BRINDE DO BOÊMIO 


Despeço-me da vida, o sangue escorre  
Qual gotas na clepsidra do destino,  
O absinto queima, néctar assassino, 
Como os sonhos que a morte em mim socorre.  

Meu coração poeta assim já morre  
Vendo este amor buscar outro caminho,  
Clamo a noite no derradeiro vinho  
Para um peito que em chamas se descorre.  

Abraço o cálice da despedida,  
Nas sombras danço a última canção,  
Pois viver sem amor é  vil ferida.  

Que o sangue seja tinta em minha mão,  
E a morte, enfim, minha arte mais querida,  
Onde encontro, por fim, consolação.

Almir - 3 de junho de 2025.

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