Atentado elétrico na Venezuela beneficiará Roraima

Compreenda melhor sobre os atentados elétricos contra a CORPOELEC

        O presidente Venezuelano, Nicolás Maduro, relatou nas redes sociais aos venezuelanos que a CORPOELEC vem sofrendo constantes ataques nos últimos dias (ataques cibernéticos e físicos). A CORPOELEC é uma empresa estatal venezuelana, responsável pelo fornecimento de energia no país e também fornece luz a Roraima (Brasil), criada em dois mil e sete com a fusão de dez empresas estatais e seis privadas. A energia chega ao Brasil pela empresa Eletrobrás Distribuição  Roraima.

             Ontem à noite, aproximadamente pelas vinte e duas horas, Nicolás Maduro participa de um programa de televisão e fala que o "coração do sistema elétrico venezuelano" tinha sido atacado. Ele acusa Juan Guaidó e o governo Trump de articularem tal sabotagem, segundo ele, feitas por um "franco-atirador" à longa distância. A Hidrelétrica  Central Simón Bolívar, ou Hidrelétrica El Guri, sofreu ontem uma explosão extremamente danosa (em seus equipamentos) e isso foi responsável pelo apagão em vinte e três Estados venezuelanos. No entanto a falta de fornecimento de energia causou apagão também em Roraima, que emergencialmente está usando suas usinas termelétricas na capacidade máxima (usam óleo diesel como combustível). 

             Roraima é o único Estado Brasileiro que não participa do SIN (Sistema Interligado Nacional) e compra energia da CORPOELEC, pelo fato de que a energia venezuelana é mais barata que a brasileira por utilizar sistemas hidráulicos. No entanto, nos últimos anos, Roraima tem sido alvo de constantes apagões que deixam os cidadãos roraimenses insatisfeitos; cidadãos que pagam suas faturas de eletricidade em dia. Este ano Roraima já sofreu alguns apagões da CORPOELEC, sem receber explicações, por algum motivo o fornecimento de energia fora cortado por algumas horas. Isso deixou Roraima à mercê do governo venezuelano e  não é bom para nossa soberania nacional.

           Um projeto está em andamento e visa integrar Roraima ao SIN pelo Linhão de Tucuruí, em um sistema que interligaria Manaus (Amazonas) até o Rio Branco (Acre), com previsão de conclusão até dois mil e vinte e um. Assim Roraima começaria a receber energia do Brasil, não necessitando dos 200 MW (duzentos megawatts) previstos em contrato com a CORPOELEC. Além disso, Roraima tem capacidade para utilizar energia solar e eólica (fontes menos poluentes de energia), ao invés de milhares de litros de diesel por dia. O Governo Federal já estuda ir diminuindo o uso de diesel por projetos que contemplem fontes menos poluentes e mais sustentáveis, o que será benéfico para um Estado que possui apenas dezessete anos e baixa densidade demográfica. O PIB de Roraima, em dois mil e dezoito, foi equivalente a 0,15% do PIB nacional. O Linhão de Tucuruí, a longo prazo, é uma alternativa melhor que comprar energia mais barata mas com sujeição a apagões. Roraima interligada no SIN, garantirá mais soberania ao Estado que não dependerá de uma nação estrangeira.
        Com relação aos apagões, Nicolás Maduro afirma que o governo Venezuelano e a CORPOELEC estão fazendo o possível para restaurar o mais rápido o fornecimento de energia no país. Hoje pela manhã, Caracas já estava  quase toda com fornecimento regularizado e alguns Estados também; mas a restituição plena no país ainda não foi alcançada até o exato momento. Neste mês, o governo venezuelano acusou a oposição de estar por detrás de ataques cibernéticos que visavam superaquecer e destruir equipamentos de ponta  relacionados à tecnologia da CORPOELEC.
       Esta análise não visa debater minúcias sobre o conflito entre Maduro x Guaidó. A Direita venezuelana acusa Maduro pela falha elétrica, alegando que os apagões são resultado de incompetência administrativa; já os chavistas endossam a ideia de atentado terrorista orquestrado pela oposição e os EUA. Nesse embate, Roraima sai ganhando.